quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Luar


Nada a dizer
Já foi o tempo de esbraçejar,
Agora tenho-te a ti
E é tempo de sonhar

Com sonhos vivos
E às cores,
Cobertos de mel
e sem rancores

De desejos encantados
Escritos numa escondida
Enrolada com o vento
Para ser vivida.

Não procuro,
Já aqui estás
Dá-me a tua mão,
Levo-te ao luar

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Repara


Repara que trago as mãos abertas
vazias de um nada que quero que sopres para longe
formadas em conchinha para receber de ti
tudo o que sonhei, tudo o que senti

Repara que trago os olhos abertos, enlameados,
e estampados neles tudo aquilo que li
uma tela singela, jardins secretos, segredos,
onde gravo as imagens do mundo em si, de ti

Repara que tenho na boca o silêncio
que aninha a palavra sentida e trocada
ensaio da história que baila em mistério
parecendo num todo um conto de fada

Repara que a alma vem limpa e audaz
que o peito me grita, avança veloz, com medo,
mas cheia de cores que te quero oferecer
e na tua fundir-se como um amanhecer, infinito

Repara que a vida nos dá em surpresa
os momentos mais raros a serem sentidos
saibamos ver-lhe a indelével beleza
e jamais poderemos jurar-nos perdidos...

Repara... em mim, em ti, em nós...

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Mensagem (para ir voltar)


Não nasceste
Nem morreste
Transformaste-te
Para mim

Penso em ti
Ao deitar e levantar
Penso em ti, que me falas
A sonhar

Ajudaste-me
Iluminaste-me
Já não vou partir
Já tenho um motivo para ficar

Conseguiste
Tudo de pernas para o ar
Sublimes e ternos
Toques a cruzar

Sinto ainda
Aquelas palavras
Aqueles olhares de ti
Bateram no fundo sem fim

Sinto-me pobre
Quero voltar
Nem que seja um segundo
Aquele pequeno lugar