terça-feira, 27 de maio de 2008

O que serei?!


Sou feito do mar e da terra
Sou feito do amar e da guerra
Sou feito do extravasar da água
Que esculpe a rocha sem mágoa

Sou feito do amor sem trégua
Sem compasso nem régua
Sou o inesperado orvalho que rega
A colorida flor que se entrega

Não sou descanso nem remanso
Não sou a paz que anseias
Sou um tempo de cheias
Que te faz correr o sangue nas veias

Sou pior que uma intempérie
Sou um desvelo em série
Sou o abandono da tua calma
Sou o desejo inocente de tua alma

Sou um mundo feito de teias
Sem enredos nem peias
Sou coisa sem tempo nem espaço
Sou só o que desejas no teu regaço

3 comentários:

Unknown disse...

As vezes deixo de visitar os blogs. As vezes demoro a aparecer e a comentar. Mas quando venho para comentar fico sempre sem palavras. Por exemplo este poema. Gostei. Tomara eu rimar assim.

Os meus Parabéns!

Angelina disse...

És o mundo e o mundo está em ti, na mais pura essência, materializado neste poema que emana beleza.
Parabéns pelo blog.

Um beijo grande.

NitoViana disse...

Para além de seres um ladrão és um ... ladrão idiota, pois podias ao menos disfarçar e copiar partes ou alterar um pouco, mas a tua deficiente criatividade nem a isso chega, aldrabão.
António Viana (autor deste poema)